sábado, 5 de novembro de 2011

Maior risco de desconforto respiratório nas Cesáreas

Texto escrito pela Dra. Ana Paula, neonatologista.

No útero, o bebê não respira; a placenta faz o papel da troca der gases. Por isso, os pulmões permanecem sem sua circulação "normal", são apenas perfundidos para manterem-se vivos. Como o pulmão não é usado, o sangue faz outro trajeto, sendo desviado dele por um canal no coração.

Ao nascer,o pulmão se expande e este canalzinho no coração fecha, fazendo com que o sangue, antes direcionado à placenta tenha que passar pelo pulmão para ser oxigenado. Isso nunca acontece dentro do útero, senão a circulação seria impossível, mas durante o trabalho de parto o feto é inundado de hormônios maternos que sinalizam que este momento está próximo. Ele é "avisado" que logo suas artérias pulmonares terão que relaxar para deixar o sangue entrar no pulmão e permitir as trocas de gases.

Além disso, ao passar pela vagina, o tórax da criança é comprimido de modo que todo o líquido existente no pulmão possa ser eliminado, facilitando as primeiras respirações.
A criança que nasce de cesárea (principalmente as eletivas, fora de trabalho de parto) não passa por este processo. De repente, ela "é nascida" e precisa dar um jeito de mudar a circulação em segundos.

Para piorar, o fato de não passar pelo canal de parto deixa os pulmões cheios de líquido. Cerca de 10% das crianças nascidas de cesárea apresentam algum tipo de desconforto respiratório em graus variados, às vezes necessitando oxigênio e internação na UTI, com consequente separação da mãe, retardo na amaentação.,etc.

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