sábado, 5 de novembro de 2011

Cesárea agendada? Não, obrigada!... Mas, por quê?

Quando se programa uma cesariana não se tem em conta as vantagens de esperar pelas contrações. Existe sempre vantagem em esperar pelo início do trabalho de parto de uma forma expontânea mesmo que o parto termine em cesariana. Estas vantagens são, entre outras:

* As contrações adelgaçam o segmento inferior do útero onde é feita a incisão e, em consequência a recuperação será mais rápida;


* O trabalho de parto libera hormônios que passam para o bêbê e o preparam para a sua vida fora do útero;

* As contrações diminuem a possibilidade de que o bebê tenha problemas respiratórios, problemas esses de que padecem muitos bebês nascidos por cesariana (não somente no nascimento mas no decorrer de toda a sua infância);

* As mulheres que experimentam o trabalho de parto têm uma menor incidência de depressão pós-parto;

* Com o trabalho de parto liberta-se a oxitocina, conhecida como a "hormônio do amor" que prepara a mãe para estabelecer um intenso vínculo amoroso com o seu bebê;

* As endorfinas libertadas durante o parto relaxam a mãe e ajudam-na a fazer frente ao pós-parto;

* Esperando pelas contrações assegura-te de que o teu bebê está realmente pronto para nascer, podendo evitar-se a possibilidade de um bebê prematuro ou simplesmente um bebê que necessita de um pouco mais de tempo no útero.
Antes de marcar a sua cesariana, pense nisto com carinho...

FONTE: SOBCESÁREA BLOGSPOT



2 comentários:

  1. Vítima da Cesariana Agendada

    Se pudesse, aconselharia todas as mulheres a optar pelo parto normal, ou pelo menos a passar pelo trabalho de parto antes de uma eventual cesárea.
    Sou uma vítima da cesárea agendada, aquela sem trabalho de parto e sem a menor consideração para com o bebê. Hoje, com 20 anos e depois de alguma leitura em artigos científicos a respeito, concluo que teria sido mais benéfico, e até mais ético, se minha mãe tivesse me abortado.
    Nasci antes do tempo, com 38 semanas, por conveniência de um médico insensível e pelo medo que minha mãe sentia da dor. Um paradoxo, pois ela relata que a dor do pós-operatório que sentiu, após a cesariana, foi muito mais cruel que a dor que sentiu em seu primeiro parto, que foi normal.
    Além de ter nascido com icterícia (o menor dos problemas) e dificuldades respiratórias, tive problemas de aprendizado no colégio e, principalmente, de socialização. Fui uma criança incompreendida, já que meus próprios pais me condenavam duramente por minhas limitações, e sofri de grave depressão, da qual só consegui me libertar há alguns meses com auxílio de acupuntura.
    “Então o homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas (…) a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.

    Ela nunca foi capaz de voar.” (A lição da borboleta, autor desconhecido)

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    1. Chrysalide, fiquei muito tocada com seu comentário, pois pude perceber o quanto tudo isso foi difícil e sofrido para vc. Não condene sua mãe, infelizmente a maioria das mulheres hoje tem medo da dor e do parto e isso se deve ao nosso modelo obstétrico, que tornou o parto normal muito sofrido e cheio de intervenções desnecessárias e muitas vezes traumáticas e propagou as cesáreas como uma salvação. As mães muitas vezes erram tentando acertar e tenho certeza que nunca querem o mal para o filho, pelo contrário. Infelizmente antes era muito difícil o acesso à informações embasadas em ciência, e muitas pesquisas sobre isso são até recentes. Ainda hoje, com a facilidade ao acesso das informações, nossa realidade obstétrica é o caos, expondo mais de 90% de mulheres e bebês na rede privada a riscos e procedimentos desnecessários e prejudiciais. Você teve problemas que carregou muito além do nascimento e sinta-se abraçada e acolhida por mim. Você é muito jovem e, com apoio adequado pode e deve transformar sua realidade para uma vida melhor e um mundo melhor. Somos uma rede transformadora de vidas e buscamos a mudança do cenário obstétrico e o respeito pela vida de nossas mulheres e bebês até mesmo dos valores da sociedade através da humanização do parto e nascimento. Conte com meu apoio. Um grande abraço.

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